Azul terá ponte aérea São Paulo-Jacarepaguá, com voo de 1 hora e 20 minutos

Azul vai ampliar a oferta de voos no Rio, com a inauguração da ponte aérea São Paulo-Jacarepaguá a partir do fim de outubro. A duração do voo, que partirá do aeroporto de Congonhas, será de uma hora e 20 minutos.

A passagem já está disponível para venda a partir de desta quarta-feira por R$ 1.065, considerando ida e volta para o dia 31 de outubro — inauguração da nova rota —, segundo busca feita no site da empresa.

Pesquisa feita para o mesmo dia para voos entre Congonhas e Santos Dumont mostra que o bilhete sai por no mínimo R$ 1.295. A duração de voo entre os dois terminais varia de 50 minutos a uma hora e cinco minutos. As passagens podem variar de preço, conforme a demanda.

O trajeto será possível devido à abertura de uma nova base da Azul no bairro de Jacarepaguá, na Zona Oeste. Hoje, a companhia tem cinco bases no Estado do Rio: Santos Dumont, Galeão, Cabo Frio, Campos dos Goytacazes e Macaé.

Serão sete decolagens diárias a partir do aeroporto paulista e mais sete desde o terminal carioca entre 6h40 e 19h45.

Hoje, o Aeroporto de Jacarepaguá opera basicamente voos de helicóptero e voos de jatinho. Os novos voos da Azul serão feitos com a aeronave Cessna Grand Caravan, um turbohélice com apenas nove lugares. A companhia tem em sua frota 22 aeronaves deste modelo, sendo três utilizadas para o transporte de carga.

Alternativa à ponte aérea Congonhas-Santos Dumont

Para Guilherme Justino Dantas, sócio do escritório Gasparini, Nogueira de Lima e Barbosa Advogados, essa linha tem força como uma alternativa à ponte aérea tradicional e em mobilidade dentro do Rio.

Na avaliação dele, ela beneficia principalmente quem voa de São Paulo para o Rio, mas de olho em chegar à Barra da Tijuca e arredores, onde há diversas empresas instaladas, existindo ainda demanda de lazer local e pela proximidade de alcançar destinos próximos, como Angra dos Reis.

— O grande beneficiário será na malha urbana, porque tira o deslocamento demorado e custoso de quem usa o Santos Dumont e tem de ir para a Zona Oeste. E vai trazer estímulo a serviços de suporte ao turismo — destaca.

Em volume de passageiros, continua ele, a rota não rivaliza com a ponte-aérea Rio-São Paulo que liga Santos Dumont e Congonhas, mas poderá trazer efeito em preço:

— O movimento para Jacarepaguá será de pouco mais de cem passageiros ao dia. Então, não traz impacto no duopólio de Latam e Gol na ponte aérea nem amplia de forma relevante a concorrência nessa linha. O impacto deverá ser marginal, mas importante. Ao ampliar a oferta de alternativas a essa linha, a Azul pode atrair outras empresas e também gerar efeito em preço — explica ele.

Reativação da rota

Em outubro de 2019, a regional Two Flex, que herdou slots (horários de pouso e decolagem) da Avianca Brasil — que deixou de voar em maio daquele ano — deu início à operação de uma linha ligando Jacarepaguá e Congonhas, com três voos diários. Em janeiro de 2020, a empresa acabou adquirida pela Azul, numa operação concluída quatro meses depois.

A rota acabou suspensa em março, devido a restrições trazidas pela pandemia de Covid-19.

No mês passado, o Aeroporto de Jacarepaguá foi arrematado, juntamente com o de Campo de Marte, em São Paulo, por um fundo da XP em parceria com a operadora aeroportuária francesa Egis, por R$ 141,4 milhões. Os dois aeroportos são dedicados à aviação executiva e deverão receber R$ 552 milhões em investimentos.